A mitohermenêutica durandiana, parte dos estudos do imaginário, tem esse nome por causa do Gilbert Durand. Foi ele quem investigou a raiz das mitologias no corpo - daí a pertinência desses estudos à antropologia - bem como a importância das formas simbólicas como forma de conhecimento científico - debate filosófico antigo, passando por contribuições decisivas de Ernst Cassirer, Martin Heidegger, Gaston Bachelard e Paul Ricoeur, por exemplo. Por isso, os estudos do imaginário são considerados parte da antropologia filosófica ou antropologia simbólica.
O Durand fazia parte também do Círculo de Eranos, grupo interdisciplinar que reunia artistas e estudiosos de diversas áreas (exatas, biológicas e humanas) onde mantinha interlocução intensa com Carl Jung (psicologia analítica), Joseph Campbell (mitologia) e Erwin Schrödinger (física), para citar alguns dos muitos exemplos.
Dado o seu caráter ontológico, costuma ser forte o diálogo desse campo com a antropologia da pessoa e seu compromisso existencialista, que surgiu da participação ativa (não apenas em ideias, mas inclusive em campo de batalha) de muitos desses pensadores na resistência ao crescimento do nazi fascismo naquele momento.
No Brasil, temos como expoentes nos estudos do imaginário a Professora Danielle Rocha Pitta (UFPE), o Professor José Carlos de Paula Carvalho (USP) e o Professor Marcos Ferreira-Santos (USP).
Uma das abordagens para adentrar as imagens é a partir da descrição fenomenológica, como em Bachelard e Merleau-Ponty.
Foi a partir do diálogo com esse campo de estudos que o Núcleo Sambaqui consolidou sua parceria com o Laboratório Experimental Arte-educação & Cultura da FEUSP, o Lab_arte, em 2024.
Antes denominada Sambaqui Peregrino, uma organização civil sem fins lucrativos, o Sambaqui atua na região de Cesário Lange-SP desde 2018. Com intenso diálogo com as questões socioculturais junto àquela região e com a constante participação daquela população em sua primeira fase, o Sambaqui sofreu mudanças com a chegada da pandemia da covid-19, que culminaram nas transformações necessárias para se consolidar como um núcleo de pesquisa didática do Lab_arte, um laboratório de extensão universitária da Faculdade de Educação da USP.
Graças aos materiais colhidos por meio de observação ao longo dos anos anteriores, enquanto ainda era uma organização civil, atualmente o Sambaqui tem condições de realizar atividades de pesquisa didática em campo naquela região, fazendo uma ponte entre a universidade e a comunidade, numa relação que busca atender demandas das três pontas envolvidas no processo: a universidade, a comunidade e o próprio Núcleo Sambaqui.
A ideia das três pontas me remeteu a comparar essa relação tripla com a ponta acanalada dos antigos habitantes do continente americano em tempos de nossa história profunda1. Chamada de fluted points, em inglês, essa icônica ferramenta de pedra lascada que era usada como ponta de projétil e que esteve no centro dos debates e polêmicas do campo da arqueologia, pareceu-nos muito apropriada para ilustrar a dinâmica tripla em que o Núcleo Sambaqui está envolvido. Não para privilegiar uma população em detrimento de outras, muito menos para suscitar antigas polêmicas em torno de paradigmas científicos, mas pela possibilidade de elucidação do processo de construção de conhecimento via pesquisa didática em campo. A articulação das três pontas trabalhando juntas parece ser uma possibilidade enriquecedora de aprendizado mútuo, além de estar muito de acordo com a abordagem de co-implicação (Ortiz-Osés) em pesquisa no campo das hermenêuticas simbólicas, em que buscamos superar a dicotomia de objeto e sujeito da pesquisa em prol da necessária admissão da interferência mútua que esses estudos requerem para sua efetivação. A alusão a questões arqueológicas, além de ser convergente com o próprio nome do núcleo, também é pertinente por causa do trânsito das hermenêuticas simbólicas pela arqueologia simbólica. O termo sambaqui é a denominação dos sítios arqueológicos que foram construídos em tempos de nossa história profunda através da deposição de restos de ostras e de outros materiais orgânicos.
Nos estudos do imaginário, ao invés de camadas de terra, escavamos camadas de imagens. Quanto mais antigas as imagens, mais perto estamos de sua raiz, que é o corpo, num processo filogenético, ou seja, pertinente à espécie sapiens.
Distantes de outra dicotomia, a que contrapõe natureza e cultura, admitimos que nossa natureza é cultural. E nossa cultura tem base nas mitologias, esse repertório finito de imagens inerentes a nossa espécie.
Invertendo o tom provavelmente pejorativo e pouco esclarecido com o qual as críticas ao campo foram se acumulando, eu diria: Sim, é provável que sejamos feitos apenas de nossos próprios mitos. Só tudo isso.
Segue abaixo uma breve referência bibliográfica para uma consulta mais aprofundada. Vale salientar, porém, que a participação no Núcleo Sambaqui não é sinônimo de sobrecarga de leituras, nem mesmo se encerra na teorização das atividades. A reflexão teórica acontece na articulação com as atividades, seja traduzida na elaboração das propostas de intervenção, em nossas conversas ao longo da viagem, no contato com a população local, na leitura do entorno geográfico, nos cafés das paradas da estrada.
Graziele Ferreira
Coordenadora do Núcleo Sambaqui
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